SDG 2023 Summit – evento das Nações Unidas para acelerar o progresso em direção aos objetivos de desenvolvimento sustentável 2030.
By Alexandra Okada &
Rossana Moura
O evento das Nações Unidas “SDG2023 summit”, realizado de 18 a 19 de setembro de 2023, em Nova Iorque, marca o início de uma nova fase de aceleração para o avanço dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Durante este evento, os participantes discutiram compromissos políticos de alto nível, enfatizando ações transformadoras e dinâmicas, cruciais para alcançar os ODS até 2030.
O evento reuniu uma vasta gama de figuras influentes, incluindo presidentes líderes governamentais, representantes de organizações internacionais, do setor privado, universidades, ONG e sociedade civil, para abordar tanto os fatores catalisadores como os obstáculos. Através de uma série de reuniões de alto nível, os participantes envolveram-se no intercâmbio de conhecimentos para enfrentar desafios globais e delinear estratégias para impulsionar a transformação a nível local e global, garantindo a sustentabilidade. Embora cada país tenha as suas prioridades, necessidades e capacidades únicas, muitas nações estão a traçar caminhos semelhantes em direção aos ODS, todos com o objetivo comum de superar desafios comuns entre várias crises.
O recente relatório divulgado na ONU (2023) destaca que a meio caminho da Agenda 2030 lançada em 2015, o progresso até 2023 está significativamente desfasado. As projeções indicam que é pouco provável que o mundo alcance os ODS até 2030. Ferramentas universais, baseadas na ciência, adaptadas e aplicadas a diferentes contextos para enfrentar barreiras e impedimentos comuns, serão essenciais para acelerar as transformações rumo aos ODS. Este enquadramento do futuro serve como um apelo à ação para transformações que garantam um mundo inclusivo, equitativo e pacífico.
O plano de aceleração envolve várias etapas cruciais:
1.Desenvolver Planos Nacionais com Envolvimento Público: É essencial criar planos nacionais que envolvam ativamente o público. Isto significa envolver os governos locais, as empresas, as indústrias, os investidores institucionais e a comunidade em geral no processo de planeamento.
2.Utilização de Alavancas Econômicas e Financeiras: Devem ser aproveitadas as ferramentas econômicas e financeiras nacionais e internacionais. Isto inclui fornecer incentivos para fazer mudanças e melhorar os processos de tomada de decisão.
3.Investir em dados e ferramentas baseadas na ciência: Para acelerar o progresso, são necessários investimentos em dados, ferramentas baseadas na ciência e aprendizagem política. Essas ferramentas fornecem a base para uma tomada de decisão informada.
4.Promover novas parcerias: É crucial estabelecer parcerias que melhorem a interface entre a ciência, a política e a sociedade. Estas parcerias aumentam a utilização de provas científicas e criam confiança tanto na ciência como na informação pública.
5.Garantir a responsabilização: Os mecanismos de responsabilização a nível internacional, nacional e local são essenciais para acompanhar o progresso e responsabilizar as partes interessadas.
O apoio a estas ações pode provir de conselhos consultivos científicos, sistemas consultivos para governos e iniciativas de ciência aberta. A colaboração através de parcerias transnacionais alinhadas com objetivos e pontos de entrada específicos é vital. Os decisores políticos, grupos de interesse público, intervenientes da indústria e educadores devem ter acesso aberto ao conhecimento científico, incluindo publicações, dados e software. Isso garante que a ciência sirva como um bem público e beneficie a sociedade como um todo.
Um dos principais focos do evento foi a exploração de “alavancas” críticas necessárias para alcançar a transformação. Estas alavancas abrangem a governação, a economia, as finanças, a ciência, a tecnologia, a educação e as ações individuais e coletivas. Estes esforços são sustentados por iniciativas robustas de capacitação de múltiplos atores intervenientes.
A transformação, apoiada por diversas parcerias, é um elemento fundamental do programa de aceleração. Conforme afirma o relatório da ONU (2023), “As transformações ocorreram no passado e continuam nos últimos tempos. Este conhecimento pode inspirar e informar a tomada de decisões estratégicas por parte de vários intervenientes sociais. Ajuda a conceptualizar e enquadrar as transformações desejadas no seu contexto e a utilizar as alavancas necessárias para concretizar essas transformações”.
Estamos honradas por ter sido convidadas para fazer parte da delegação presidencial do Brasil na recente Cúpula dos ODS das Nações Unidas. Essa delegação, que também incluiu o MCTI IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, e a ONG Anjos Digitais, nos possibilitou estarmos ao lado de líderes, conselheiros e representantes de diversas organizações e governos.
Juntas, discutimos projetos realizados pelo IBICT; e Anjos Digitais na Educação Aberta para Sustentabilidade, inclusão digital e a equidade de gênero. Foram discutidas também as iniciativas de Escolarização Aberta e a ODS – Open Schooling Declaration, para inovar a aprendizagem como parte de projetos financiados pela Comissão Europeia em colaboração com instituições brasileiras desde 2015 liderados pela Universidade Aberta da Inglaterra.
Fazer parte desta delegação foi uma oportunidade notável visando contribuir para causas importantes relacionadas com a educação e a Agenda 2030.
É uma oportunidade notável estarmos aqui hoje entre líderes de governos, ONGs, OSCs, empresas e universidades. O programa de aceleração está firmemente enraizado e conta com nosso apoio.
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